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Leia Lucas 1.39-56

A primeira atividade de Maria de que temos registro, durante a gravidez, foi visitar sua prima Isabel. Ambas as mulheres foram alvo de uma gravidez milagrosa, e Lucas relaciona suas histórias de modo que as lemos como uma mesma unidade narrativa. Isso nos lembra que as experiências pessoais dessas duas famílias estão inseridas na mesma e mais ampla história da redenção.

Alguns ouvem ecos de 2Samuel 6 nessa visita de Maria a Isabel. Em 2Samuel 6, lemos que a arca da aliança permaneceu na região montanhosa da Judeia por três meses; e que Davi perguntou: “Como vou conseguir levar a arca do Senhor?” (v. 9); e, por fim, que Davi pulou e dançou em sua presença (veja também Lc 1.39,41,43,56). Essas semelhanças levaram muitos pais da igreja a ver a arca da aliança (que representava a presença de Deus) como algo que, de certa forma, prefigurava Maria (que carregou o Filho de Deus no próprio ventre). A presença do Senhor, que antes encobria a arca no tabernáculo (Êx 40.35), agora repousava sobre uma virgem humilde (Lc 1.35). Maria é homenageada ao longo de toda a história da igreja porque a encarnação começou dentro dela.

Maria recebeu essa bênção endereçando bênçãos a Deus. Sua canção de louvor expressa gratidão pelo favor de Deus (v. 47-49), mas imediatamente amplia seu escopo de modo a descrever a misericórdia de Deus para com todos os que o temem (v. 50). Ela recapitula muitos temas bíblicos, ilustrando que os atos de Deus para com ela estão em continuidade com a grande narrativa da Bíblia. Deus não só fez grandes coisas a uma mulher, mas cumpriu a promessa de resgatar seu povo da opressão.

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O cântico de Maria também foi profético. Ao declarar os atos de poder divino, ela usou exclusivamente o passado: Ele realizou poderosos feitos, dispersou os soberbos, exaltou os humildes. A chegada de Jesus garante a vitória de Deus. Mesmo que ainda não as vejamos em toda a sua plenitude, Deus já garantiu a nossa salvação e a renovação do nosso mundo.

Embora o papel de Maria seja único, ela é um modelo para todos os cristãos. Podemos imitar sua resposta cheia de adoração e de esperança às promessas de Deus, mesmo quando estas parecem invisíveis. Também podemos lembrá-la como a encarnação da própria promessa que ela proclama: os humildes serão exaltados (v. 48, 52). Deus escolheu Maria, uma menina pobre e sem importância, para carregar a bênção e a presença do Messias. Este privilégio começa com Maria, mas pertence a todos os que temem a Deus, a todos os que têm fome e sede de justiça.

Hannah King é um pastora e escritora da Igreja Anglicana na América do Norte. Ela atua como pastora associada na Village Church, em Greenville, Carolina do Sul.

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