Eu, o Senhor, o chamei em retidão; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios. (ISAÍAS 42.6)

Todos nós já experimentamos como é acordar na escuridão — aquele momento em que buscamos uma luz para conseguir enxergar o mundo ao nosso redor com clareza. Talvez, você, assim como eu, nunca tenha superado totalmente esse medo do escuro. A escuridão é um medo universal, pois pode criar espaços de perigo, ao passo que a luz nos guia para a segurança. Especialmente antes da invenção da luz elétrica, a escuridão significava que uma pessoa estava mais propensa a sofrer um ataque de inimigos ou de animais perigosos.

Não deve nos surpreender, portanto, que, no livro de Isaías, a luz seja uma metáfora poderosa para segurança e salvação, quando o profeta descreve o servo de Deus cumprindo esse papel. Vemos essa ideia no Novo Testamento, quando Jesus é descrito como a “luz do mundo” (João 8.12; 9.5), ecoando as descrições do servo de Deus como a luz da salvação para o mundo todo, em Isaías 42, 49 e 60.

Isaías coloca duas ideias lado a lado, quando retrata o servo de Deus: a salvação global de Deus e a profunda intimidade de Deus. Por um lado, o servo trará salvação em escala global. Como a luz do sol, que atravessa a terra de ponta a ponta, o servo de Deus trará salvação a todos os povos, a todas as tribos, a todas as nações (42.6; 49.6; 60.3). Essa salvação é multiétnica, multicultural e está disponível para todos.

Por outro lado, quando Isaías descreve essa salvação — a luz global do servo — ele também ancora essa vasta visão na profunda intimidade de Deus. Esse Deus formou o servo dentro do ventre de sua mãe (49.5), trabalha para a salvação de seu povo (42.14) como uma mulher que dá à luz, e se lembra de seu povo como a mãe que amamenta se lembra de seu bebê no peito (49.15).

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Da mesma forma, vemos em Jesus essa combinação de salvação global e intimidade pessoal. Jesus é aquele que traz uma espécie de luz que honra a aliança que Deus fez com seu povo (42.6). Essa luz traz liberdade àqueles que estão em cativeiro (42.7) e tira nações e reis de suas trevas para a luz de Cristo (60.2-3).

A luz de Jesus também traz esperança pessoal e específica para aqueles que estão sentados em masmorras escuras, aguardando libertação, e para aqueles que sofrem de cegueira (42.7). Essa luz brilha através de vastas extensões ao redor do mundo e penetra nos menores recantos da casa de cada um. Este é o Jesus que esperamos durante o Advento: a luz brilhante que ilumina e encoraja pessoas no mundo todo, e a chama que brilha na vida de cada um de nós, lembrando-nos que Deus está perto.

Beth Stovell ensina Antigo Testamento no Ambrose Seminary. É coeditora de Theodicy and Hope in the Book of the Twelve e autora dos comentários Minor Prophets I and II, no prelo.

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