À medida que as condições climáticas ficam cada vez mais extremas e letais, as questões ambientais devem ser um assunto importante para os cristãos na hora de escolher um candidato?

Guilherme de Carvalho: As questões ambientais deveriam figurar entre as agendas prioritárias do cristianismo contemporâneo, ao lado, por exemplo, da pauta antiaborto, da luta contra a corrupção, das liberdades civis fundamentais e do emprego. Para mim, é um dos critérios de desempate.

Iza Vicente: Temáticas como mudanças climáticas, prevenção de catástrofes, preservação das florestas, nova matriz enérgica e justiça climática devem ser fundamentais no debate ambiental. Considerando nosso papel de cuidar da criação, os processos de degradação ambiental são claras violações à vida que somos chamados a cuidar, além de aprofundarem a precariedade da existência da humanidade.

Ziel Machado: A Bíblia não começa em Gênesis 3, mas sim em Gênesis 1. Temos um mandato criacional, pois Deus nos colocou para cuidar da criação. A verdade é que existe uma frágil teologia da criação no mundo evangélico. Não podemos esquecer que o mandato salvífico não anulou o mandato cultural. Nós ainda temos a responsabilidade de cuidar da criação, de zelar por ela, como mordomos dessa criação.

A pauta do meio ambiente é prioritária para qualquer projeto de governo sério que se preocupa com questões do futuro, das próximas gerações. Uma proposta de governo que desconsidere o meio ambiente não é a proposta de um estadista, mas sim de alguém que está preocupado apenas em se eleger. Sem preocupação com o meio ambiente, como vamos propor um futuro para a nação?

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Jacira Monteiro: Claro que as questões ambientais devem ser um assunto importante para os cristãos na hora de escolher um candidato! O mandato cultural (Gênesis 1.28) estipula que haja um cuidado harmonioso com a sua criação. Como digo em O Estigma da Cor, “todo governo e gerência que não se preocupa com a sustentabilidade, com o meio ambiente, está indo contra o que Senhor instruiu em sua palavra de cuidado diligente com a natureza criada”.

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Estamos vivendo uma crise ambiental e, como agentes do Senhor, fomos chamados a cuidar de sua criação. Dessa forma, precisamos incentivar os gestores para que tenham também essa mesma preocupação.

Ricardo Barbosa: Sim, esse é um dos assuntos importantes. O meio ambiente, porém, é tão importante quanto as outras questões. Precisamos, como cristãos, desenvolver melhor nossa teologia da criação e entender nosso papel em relação ao mandato cultural. O meio ambiente se transformou numa pauta complexa, ideológica, com narrativas confusas que muitas vezes deificam a natureza e demonizam o ser humano. Isso é um problema.

Também precisamos buscar informações confiáveis, dados consistentes com a realidade, para não sermos engolidos por narrativas inconsistentes de grupos de ativistas ambientais.

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